Quais são as diferenças entre Geodo, Vug e Ovo de Trovão?

Diferenças entre Geodo, Vug e Ovo de Trovão
Concreções de...

Um vug é uma cavidade vazia ou parcialmente vazia dentro de uma rocha, enquanto um geodo é um vug revestido por minerais cristalinos, geralmente com um centro oco.
Um ovo de trovão (Thunder Egg) é um tipo específico de geodo, também conhecido como litofisa, que se forma a partir de bolhas de gás vulcânico em riolito rico em sílica e normalmente possui um núcleo sólido ou quase sólido de ágata ou calcedônia em vez de um centro oco e revestido de cristal.
Geodo é uma rocha oca, geralmente esférica, com um interior revestido por cristais ou outra matéria mineral, formado a partir do preenchimento de cavidades em rochas sedimentares ou vulcânicas por minerais dissolvidos em água.

Vug
Vug com cristais de Enxofre em matriz de basalto.

Definição: Um vazio ou cavidade dentro de uma rocha.
Forma exterior: Forma irregular; pode não ser uma estrutura arredondada; parte de rocha matriz permanece visível.
Formação: Pode se formar a partir da dissolução ou erosão de minerais preexistentes ou por meio de rachaduras e fissuras abertas pela atividade tectônica.
Conteúdo: Os vugs podem ser vazios ou podem ser parcial ou totalmente preenchidos com minerais como quartzo, calcita ou outros minerais secundários.
Vug parcialmente preenchido com cristais de quartzo.

Geodo
Geodo fechado e o aberto preenchido com cristais de quartzo.

Definição: Um tipo de vug revestido por cristais mas totalmente fechado.
Forma exterior: Geralmente esférico ou ovóide; casca resistente, aparência relativamente uniforme externamente.
Formação: Forma-se quando uma cavidade dentro de uma rocha é gradualmente preenchida com depósitos minerais de águas subterrâneas.
Conteúdo: Caracterizado por um interior oco ou uma camada de calcedônia (como ágata) em forma de concha, com cristais (como quartzo, ametista ou calcita) crescendo internamente.

Ovo de Trovão (Thunderegg)
Amostra compacta de thunderegg em corte.

Definição: Um tipo de geodo, ou litofisa, com formação e conteúdo específicos.
Forma exterior: Exterior parecido com rocha normal; nódulo mais ou menos arredondado; textura externa rugosa ou agate/chalcedônia.
Formação: Forma-se em rocha vulcânica, geralmente riolito, onde bolhas de gás em expansão na lava em resfriamento criam uma cavidade.
Conteúdo: Normalmente possui um interior quase sólido ou sólido, frequentemente preenchido com ágata ou calcedônia, e pode ter um "formato de estrela" quando cortado. Geralmente não são ocos como os geodos tradicionais mas há raras exceções.


Dicas práticas de comparação
Para te ajudar a distinguir quando estiver com as pedras nas mãos:

1. Exterior vs interior
  • Geodos geralmente têm cascas relativamente finas, externas pouco ornamentadas, e revelam cavidades com cristais quando cortados ou quebrados.
  • Thundereggs podem parecer rochas sólidas por fora, mas quando cortados revelam padrões internos de ágata/chalcedônia etc. Maioritariamente todos são preenchidos, porém, alguns podem ter pequenas cavidades. Thundereggs tem listas de cementação por fora da concreção.
2. Presença de cavidade aberta ou parcialmente aberta
  • Se há espaço oco visível com cristais crescendo para dentro → geodo ou vug, possivelmente.
3. Formato e contexto geológico
4. Camadas de preenchimento interno
  • Se vês várias camadas concêntricas de cor, preenchimento de sílica (ágata/chalcedônia) → típico de thunderegg ou geodo preenchido.
  • Cristais distintos (quartzo pontiagudo, ametista, etc.) em cavidade → geodo ou vug com drusa.

Exceções:
Depois de tudo acima ficar bem claro você verá que sempre haverá exceções às regras.
Um exemplo é este Nódulo Septariano cortado da imagem abaixo.
Nódulo de Septária com cavidade.

Como se vê claramente, há bordas irregulares com "pontas de estrela", o que o torna um ovo de trovão. Ele também é parcialmente oco; então, como pode ser um nódulo?

Outro exemplo clássico e raro de ovo de trovão e geodo.

Aí você decide: é um ovo de trovão ou um nódulo de geodo?


Possíveis minerais que pode encontrar dentro de em Vug
Enxofre: O enxofre nativo pode formar cristais amarelos em cavidades vulcânicas ou em depósitos sedimentares.
NOTA: Cristais de Calcite são em tom de amarelo mais pálido e tem estrutura cristalina já o enxofre é de um amarelo mais intenso. Na imagem acima se trata de enxofre.

Dependendo da geologia local, outros minerais podem cristalizar dentro de um vug, como:

Minerais de sulfato:
Alguns minerais de sulfato, como a jarosita ou a copiapita, também podem apresentar coloração amarela e formar cristais em geodos ou vug.

Minerais de carbonatos: Quartzo e Polimorfos:
Quartzo: É um dos minerais mais comuns em vugs, frequentemente encontrado como cristais transparentes ou translúcidos. 
Ametista: Uma variedade de quartzo caracterizada pela sua cor violeta. 
Cristal de Rocha: Um quartzo transparente e incolor. 
Calcita: Um mineral de carbonato de cálcio que pode formar cristais dentro de vugs, como visto em exemplos na Inglaterra, que são procurados por colecionadores. 

Minerais metálicos: Embora menos comuns como cristais puramente dentro de um vug, impurezas de elementos metálicos podem estar presentes em outros minerais.


Fontes:
https://www.mindat.org/mesg-390845.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Vug

Ouro em Portugal, ocorrência e variedades

Ouro em Portugal
Locais de ocorrência e variedades

Em Portugal, o ouro nativo é relativamente raro, mas historicamente, a região de Trás-os-Montes, em particular, a área de Valongo, é conhecida por depósitos de ouro. No entanto, a mineração de ouro é altamente regulamentada e geralmente requer permissões e conformidade com as leis ambientais reservado a grande mineradoras.

Se estiver interessado em procurar ouro, é importante seguir todas as regulamentações locais e obter as permissões necessárias. Além disso, a busca de ouro pode ser desafiadora e requer equipamento apropriado e conhecimento geológico. Considere procurar aconselhamento de especialistas ou geólogos locais para orientação específica sobre áreas potenciais para procurar ouro nativo em Portugal.

Posso minerar ouro em rios em Portugal?
Sim, pode. Porém faça por cumprir a ética de coleta de minerais ao respeitar o meio ambiente, contrariar isto estará sujeito a coimas pelas autoridades responsáveis. Não utilize máquinas, somente bateias ou outro equipamento manual.
mina romana em Setúbal
Vestígios de uma entrada de galeria de mineração em
Vale de Gatos, Cruz de Pau, Amora, Seixal, Setúbal, Portugal

Por mais estranho que pareça, ainda é possível encontrar algumas pepitas de ouro em Portugal. Você não ficará rico se as encontrar (porque são muito pequenas e em pequena quantidade), mas a mineração de ouro pode ser um hobby interessante. De Norte, passando por Lisboa a Sul, ainda há ouro.
Embora não sejam de grande quantidade, a prospecção de ouro em Portugal é mais frequente nos rios, sendo nas zonas de declives as mais promissoras para encontrar pequenas pepitas.
Já encontrar ouro no quartzo requererá um estudo maior em geologia, mas se o descobrir, parabéns, achou uma boa fonte.
Já em antigas minas romanas, por constituir maior perigo, a atividade de busca de ouro aqui é bem menor e quando possível, requer maior atenção e investimento em segurança.

Se por acaso encontrar ouro, siga esta nossa dica:


Locais históricos e atuais de ocorrência de ouro em Portugal:
Mapa dos principais locais em Portugal onde já se encontrou ouro, desde os tempos romanos até prospeções mais recentes, bem como os tipos de ocorrência, incluindo aluviões, filonianos em quartzo, electrum e ouro associado a sulfuretos.
Locais de ocorrência de ouro em Portugal

Norte

Rios: Douro, Tua, Sabor, Corgo, Távora, Paiva.
Tipo: ouro aluvionar (areias e cascalhos dos rios).
Tipo: ouro filoniano em veios de quartzo e secundariamente em aluviões.
  • Jales (Vila Pouca de Aguiar)
Importante mina de ouro e outros metais.
Tipo: ouro em veios hidrotermais de quartzo, associado a sulfuretos.
Achados em aluviões de rios e pequenas ocorrências filonianas.


Centro

Associado a pegmatitos e veios de quartzo.
Tipo: ouro filoniano.
O Mondego e afluentes tiveram exploração aurífera antiga (romana).
Tipo: ouro aluvionar.
Ouro em aluviões de ribeiras.


Sul

  • Alentejo (Beja, Évora, Portalegre)
Ouro associado a sulfuretos (pirita, arsenopirita, calcopirita).
Ex.: Mina de São Domingos (Mértola), embora explorada sobretudo para cobre, registaram-se teores de ouro.
Tipo: ouro disseminado em sulfuretos.

  • Alcoutim e Rio Guadiana (Algarve e Baixo Alentejo)
Depósitos aluvionares do Guadiana e afluentes.



⚒️ Variedades de ouro encontrados em Portugal

Flocos e pepitas em cascalhos e areias de rios (Douro, Tua, Mondego, Guadiana).
Foi a principal fonte de ouro explorada pelos romanos.

Ouro filoniano (ou em quartzo hidrotermal)
Associado a veios de quartzo com pirita, arsenopirita e outros sulfuretos (Valongo, Jales, Trás-os-Montes, Melres, Guarda).
ouro em quartzo, Melres - Gondomar

Electrum (liga natural de ouro e prata - Au-Ag)
Ocorre em algumas jazidas filonianas; há referências no Norte (Valongo e Trás-os-Montes).
gold variet electrum on quartz
Raramente o ouro electrum esta isolado (sem Ag), mas quando isto acontece, o espécime é absolutamente lindo, como mostra a imagem acima. Muitíssimo raro esta variedade de ouro em Portugal.

Presente em minas polimetálicas do Alentejo (São Domingos, Aljustrel, Neves-Corvo, Lousal).
Chalcopyrite na Mina de Aljustrel (Portugal) — sulfeto associado que muitas vezes aparece em depósitos auríferos/disseminados. (Mindat)


📌 Nota importante:
A prospecção e recolha de minerais em Portugal estão sujeitas a lei. Exploração mineira só é permitida com licença da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Para hobby (prospecção com bateia em aluviões) é tolerado em pequena escala, mas sempre respeitando propriedade privada, parques nacionais e ambiente.


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